quinta-feira, 30 de abril de 2009

E por falar em cover… 9 solos de guitarra!





Como o Blog tem como propósito falar sobre coisas que envolvem este universo de bandas cover e equipamentos, eis aqui alguns vídeos “caseiros” que fiz, onde mostro minha maneira de tocar alguns solos de guitarra de algumas músicas do universo do rock clássico.
Acredito que são suficientes para ajudar a observar o “shape” escolhido para cada situação, afinal, o que vale é dividir um pouco sobre isso, principalmente pra quem está começando a tirar este tipo de som na guitarra. Usei em sua maior parte um pequeno amplificador da Newell (transistor) e em apenas dois casos foram amplificadores diferentes (um Fender e outro Peavey Classic 30).
Nada aqui foi retirado de material escrito (songbook), e apenas representam meu olhar sobre como tocar cada tema desse, e não a verdade absoluta, ok?
Vamos lá!



1- Led Zeppelin - “Rock and Roll” – guitar solo (versão do estúdio)
Nunca vi ninguém tocando o solo desta versão de estúdio de forma adequada, e a explicação não está tanto na dificuldade de execução, mas de compreensão do início do solo, pois as guitarras embaralham bem. Ao vivo, Jimmy Page toca este começo completamente diferente, e é como a maioria das bandas costuma tocar.




2- Pretenders – guitar solo (versão estúdio
https://vimeo.com/75428883
Solo do guitarrista Robbie Mcintosh, que tocou com vários músicos consagrados, entre eles Paul McCartney, John Mayer e Roger Daltrey (The Who), . Este solo é quase tão clássico quanto a música.



3- Deep Purple - “You Fool No One” – guitar solo
Ritchie Blackmore tem talvez alguns dos solos mais marcantes do rock. You Fool No One é uma canção que vai além do solo principal. Por toda sua extensão, a guitarra parece se recusar a repousar conformada sobre algum acorde.




4- Beatles - "Drive My Car" guitar solo (slide)
https://vimeo.com/75167204
Um dos memoráveis solos de George Harrison usando SLIDE, técnica que virou marca registrada!



5- Van Halen - "Dreams” – guitar solo (1 e 2)
Escolhi dois temas de Eddie Van Halen, começando por este da era com Sammy Hagar. Os dois solos dessa música carregam duas facetas do Eddie para mim: o primeiro sugere mais sua fúria, e o segundo, um lado mais melódico, sem perder seu estilo.



6- Van Halen - “Eruption” – guitar solo
https://vimeo.com/77372965
Solo extremamente conhecido de Eddie. Traz sua marca a cada compasso, exercendo velocidade com criatividade e não de forma gratuita. Revolucionário à época que foi gravado, deu a partida pra uma nova forma de ver o instrumento E dá-lhe “two hands”, “harmônicos”, etc, enfim, fantástico!




7- Led Zeppelin - What is and What Should Never Be” – (guitar solo - Slide)
Jimmy Page gravou este solo usando slide com extremo bom gosto, melódico e com muito feeling.


8- Led Zeppelin - “The Rover” – (guitar solo)
https://vimeo.com/75212837
Uma canção que todo fã do Led coloca como subestimada pelo grupo, já que é vista como um dos grandes clássicos e uma das melhores do álbum Physical Graffiti.


9- Rush - “Fly By Night” – guitar solo
https://vimeo.com/75402929
Alex Lifeson em um grande momento, solo inspirado e bem rock and roll!


Espero que gostem!
Abraços!
Marcos “Lelo” Craveiro

É cover? É versão? É tributo?



Um pouco confuso, não? Mas se convencionou a chamar de cover, ou "cover fiel" às músicas tocadas por bandas que não as originais, respeitando todo o arranjo de voz e instrumentos (possíveis), assim como a letra original. Por outro lado, é comum denominar "versão", aquela maneira pessoal de interpretar uma canção não composta pela banda.

Discussões à parte, considero bandas cover, um grande aprendizado. A maioria das grandes bandas começou fazendo cover, não só por falta de opção, mas por gosto mesmo. É comum você deparar com muitas críticas dos músicos sobre este tipo de trabalho. Quase sempre é aquele chavão: "você não faz sua própria música, apenas copia", ou "macaqueia" como gostam de dizer alguns. Bem, é um modo nada divertido de pensar sobre algo que normalmente é, além de diversão, um trabalho pra muita gente, e ao mesmo tempo, uma das melhores ferramentas (quando bem usadas) de aprendizado para o músico. É uma boa maneira de um instrumentista lidar melhor com seu equipamento, aprendendo a timbrar melhor; a entender os efeitos usados na prática, assim como procurar saber mais sobre eles e suas possibilidades aplicadas a sua necessidade; e também a crescer no quesito de percepção, já que tirar (bem) música de ouvido não é pra qualquer um, e por fim, ganhar mais vocabulário musical ao tratar com respeito boa parte da obra dos artistas que irá tentar reproduzir, para depois, armazenar este conhecimento e utilizar até mesmo a favor de sua própria música.

Percebam que não estou falando de quem tira música de modo desleixado, que não encontra naquilo que viu de novo algo com o que amarrar no seu vocabulário musical, e também, que não me refiro àqueles que simplesmente fazem cover odiando o estilo que às vezes é obrigado a tocar, quase sempre por circunstâncias profissionais.

Eu mesmo, aprendi demais fazendo cover, e ainda continuo aprendendo! um exemplo clássico, foi quando tive que montar os "coros" da banda. Nem cantor sou, e aprender mais sobre isso trouxe-me uma satisfação que não vejo como teria fazendo de outra forma (algo pessoal, eu sei, mas ilustra bem...). Foi assim também que iniciei um ainda deficiente aprendizado de teclado, instrumento que sempre gostei, mas que nunca me dediquei, mas que agora se fazia necessário e gratificante de aprender um pouco mais.

Bom, sendo mais radical nessa área de covers, existem as "bandas tributos", que não se limitam a fazer cover fiel das canções, mas que também vestem-se e tentam usar instrumentos iguais, ou muito parecidos com os homenageados. Pode ser algo legal de assistir, principalmente quando se é fã de determinada banda, pois se o show é bem montado, a sensação visual é realmente empolgante. De contra, creio que o fato de copiar roupas e trejeitos aumentará a expectativa de resultado por quem é fã, e feito com mal gosto, pode se tornar algo circense em vez de bacana. Não sou adepto de seguir essa linha com banda, mas respeito muito quem faz bem, pois não é nada fácil.

Por fim, tem aqueles que fazem versões. Esta é uma maneira que possui milhares de vantagens para a banda, pois adapta-se tudo ao seu estilo próprio, da sua sonoridade ao seu modo de cantar pessoal. Dessa forma, a canção passa a ser explorada pela lente da banda, e não mais pelo olhar do original. Os arranjos tornam-se pessoais, (como um teclado existente na musica original se transformando em uma guitarra com efeitos na versão), muda-se o andamento como melhor lhe parecer, enfim, é mais criativo, e com bom gosto e capacidade, é divertidíssimo. Mas, como em tudo, tem seus contras também, sendo que o principal deles eu enxergo como sendo a divulgação dessa forma de trabalho feito por bandas não conhecidas, além do que, se errar a mão, o resultado pode ser um pouco desastroso, ou no mínimo, desinteressante, e engana-se quem acha que estará livre de comparação com o "original" dessa forma.

Um grande clássico que teve uma versão fantástica e bem vinda é "With a Little Help From My Friends" dos Beatles, feito pelo cantor Joe Cocker. É um dos casos onde você ganha duas maneiras maravilhosas de interpretar a mesma música - a belíssima gravação dos Beatles (do álbum "Sgt Peppers"), e a versão avassaladora e blueseira de Joe Cocker, que na última década, ficou mais conhecida ainda sendo usada como tema de abertura do ótimo seriado "Anos Incríveis".

Bom, a Travelling Riverside Band optou pelo cover "quase fiel", tentando algo próximo do original quando possível, e às vezes, damos nosso toque pessoal, ora por necessidade de adaptar o arranjo à nossa realidade e formato, ora por gosto pessoal mesmo, como nas versões de "You Better You Bet" do The Who, onde a fazemos sem teclados, ou na versão mais acelerada e vigorosa de "Fortunate Son" do Creedence Clearwater Revival, entre outras.

Pois é, todas as formas tem suas vantagens e desvantagens, gosto de todas, e reforço - não há uma maneira ruim, apenas existem opções, escolha a sua, e divirta-se!

Abraço!
Marcos “Lelo” Craveiro